Quem é aquela garota vestida toda de preto, encostada na relva verde que cobre todo o cemitério? Seus olhos escuros como a noite são dois poços fundos perdidos em segredos e subterfúgios indecifráveis, sua pele pálida como osso cintila como neve quando o sol a toca, seus longos cabelos loiros meio esbranquiçados, lisos, chicoteiam o vento com delicadeza, tão quieta, tão frágil, tão invisível.
Quem é a garota toda de preto que caminha por entre os leitos doentios do hospital? Quem é a garota toda de preto que corre por entre os cômodos em chamas? Quem é aquela garota que brinca, correndo por entre os soldados confederados enquanto estes por sua vez lutam para perecer na glória? Quem é aquela garota cujo os olhos nunca tem paz? Quem é a tal que nunca morrer?
Nós não podemos vê-la, nem mesmo ouvi-la, porém podemos senti-la se aproximar. Talvez para alguns ela se aproxime lentamente, ou simplesmente chegue repentinamente e em um abraço abrupto os envolva na total escuridão.
De repente não há mais trevas, não á mais guerras nem discórdia, não á mentiras nem medo, não á discussão, não há ódio ira, não há dor. E tudo o que parecia antes importar se sucumbe ao vazio.
Vejo-a se levantar com um largo sorriso nos lábios levemente rosados. Seus passos são lentos e ritmados, tão leves que ela parece flutuar no ar fresco do que realmente andar. Estou tão pasmo que não ouso me mover, enquanto vejo-a estender a mão para mim.
- Olá. Meu nome é morte. - ela sussurra ainda sorrindo para mim.
BEIJOSS!!
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