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terça-feira, 16 de julho de 2013

Prólogo: Cidade dos Pesadelos

Dedicado á: Milady Targaryen
Créditos do banner á: Sweet Madness Design

Estados Unidos, Port Land.
Quinze anos antes.

     O trovão ecoou com um estrondo alto e aterrorizante pelo comodo escuro onde Angélica se escondia. O silencio predominava como um aviso que o perigo estava a espreita apenas esperando um momento de descuido dela. Outro barulho tornou-se audível. Um barulho que vinha da porta, uma ameaça. 
     Sem pensar duas vezes Angélica se levantou do pequeno quarto improvisado para sua recém nascida filha e caminhou lentamente em direção da porta, atras de si carregando a adaga enfeitiçada que Thomas havia lhe entregado antes de correr para despistar os ajudantes de Alessandra. Outro golpe na porta foi deferido e então ela se abriu, a principio Angélica sentiu sua respiração se perder em seus pulmões e o desespero tomar conta de si, contudo assim que fitou os olhos azuis e calorosos de Thomas seu medo se esvaio rápido, da mesma maneira que apareceu.
    - Você está vivo! - exclamou ela correndo em sua direção e o abraçando com força.
    - Eu prometi a você que voltaria vivo. - ele sussurrou afagando ternamente o rosto da amada, seus olhos azuis claros como água límpida de um rio cintilando em meio a escuridão ali presente. 
    - E Alessandra? - perguntou Angélica se aproximando do pequeno berço onde sua pequena Catherine dormia tranquilamente. Os olhos de Thomas ficaram sérios, os lábios se repuxaram para baixo de forma que deixava claro a dor que sentia naquele momento.
   - Eu consegui despista-la com uma pista falsa em San Diego, mas ela não ficará lá por muito tempo. - ele disse se aproximando de um pequeno armário e retirando um casaco preto grande e um revolver. - Não temos muito tempo. 
  - Eu sei. - disse Angélica por fim com um sorriso reconfortador, apesar dos olhos estarem levemente atormentados por saber que a rival ainda está sua procura. Ela pegou a criança com cuidado e se aproximou dele, que a vestiu com todo o cuidado para não acordar o bebê. 
  - Quando eu der o sinal corra para longe. - sussurrou ele com um sorriso amarelo no rosto, os olhos de Angélica se arregalaram, os lábios levemente rosados se entre abriram e formaram um O pequeno. Thomas suspirou entendendo o que a amada queria perguntar mas que não conseguia. - Isto é culpa minha. - sussurrou pegando o rosto dela entre as mãos e a forçando a encarar seus olhos. - Se for preciso escolher alguém para proteger, eu escolho você e minha filha...Sempre escolhi... - ele beijou a testa dela com esperanças de que aquele momento durasse para sempre, mas ele não era crédulo e sabia que não havia mais tempo para despedidas.
  A chuva caia como pequenas adagas afiadas se chocando contra as costas de Angélica e Thomas, a rua estava deserta, a iluminação precária oscilava ao meio fio dificultando ainda mais a visão de ambos, mas não podiam parar. Não deviam.
  De repente algo atingiu Thomas arremessando-o para longe de Angélica. O estrondo foi incendiador, mas não foi isso que fez Angélica tremer e sim a risada irônica vindo a mais ou menos dois metros de distancia de si. 
  - Surpresa! - exclamou a voz um tanto robótica de Alessandra. - Achou que iria embora sem se despedir de mim amiguinha
  Os cabelos ruivos idênticos ao fogo chicoteavam o vento com ferocidade, os olhos estavam escuros por conta da transmutação de seus poderes, ainda assim continuavam frios, arrogantes. A pele de porcelana dela parecia giz sob as luzes confusas da rua deserta.
  - Então, o que você irá fazer agora? - questionou Alessandra com sarcasmo. Do outro lado Thomas retirou o revolver do cinturão e caminhou por entre as sombras em direção da ex-namorada lunática.
  A criança nos braços de Angélica acordou com o barulho choramingando.
  Os olhos de Alessandra faiscaram de ódio, os lábios se contraíram e então ela soltou um assobio agudo e impertinente, meio segundo depois a criança foi tirada dos braços da mãe que foi arremessada contra a parede. Algo na escuridão envolveu os braços de Angélica a impossibilitando de se mover.
  - Não! - gritou ela se debatendo desesperadamente. - Deixe-a em paz! Ela não tem nada haver com essa historia! 
  - Ela é filha de uma traição... merece morrer. - disse Alessandra com indulgencia na voz, como se aquilo fosse justo em seu ponto de vista
  - Não! Por favor não! - suplicou Angélica sentindo as lagrimas que prendeu ate aquele momento escorrerem por seu rosto. 
  Isso só serviu para que Alessandra risse mais alto ainda. 
  - Eu amaldiçoou criança imprestável. Filha da destruição. - as palavras de Alessandra pareciam facas afiadas direcionadas para a criança que chorava. - Mas não a matarei. Como punição, ficara presa entre a realidade e o sub consciente, nunca será normal. - os olhos de lince de Alessandra se desviaram do rosto da criança e fuzilou com voracidade o rosto de Angélica, que por sua vez se debatia freneticamente tentando se libertar das algemas invisíveis empostas em seu corpo.
   - Monstro! - urrou Angélica desesperada para tirar sua filha dos braços medonhos de Alessandra.
  Em meio aos trovões e gritos que envolviam o lugar escuro e decrepito, um barulho se sobressaltou dentre tantos. Um tiro. O corpo de Alessandra se envergou para trás formando um estranho arco, e então sucumbiu ao peso, caindo sobre os pés de Thomas. Ele rapidamente retirou a criança dos braços de Alessandra enquanto Angélica corria, finalmente liberta, em sua direção. 
  - Saia daqui! - disse Thomas. - Saia agora!! - ele entregou a criança para Angélica.
  Sem pensar duas vezes ela disparou em direção á completa escuridão que emergia por entre as ruas desertas de Port Land. Outro som ecoou antes de que tudo ficasse para trás, o grunhido de um felino - Alessandra havia sobrevivido então - e entre a escuridão e o silencio, o grito sufocado de Thomas surgiu. Ele estava morto, e Angélica tinha certeza disso. 

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Larissa Pierce. Tecnologia do Blogger.